CT Hidrologia Estatística

Métodos estatísticos têm um longo histórico de aplicações em recursos hídricos e, nas últimas décadas, eles seguem sendo um tópico de intensas pesquisas. Alguns desses campos de atuação são:

  • Análise de frequência e previsão de eventos extremos;
  • Regionalização de vazões e geração de séries em locais com pouco ou nenhum monitoramento;
  • Análises de séries temporais;
  • Modelos hidrológicos baseados em dados;
  • Modelos climáticos baseados em dados;
  • Análise de incertezas em modelos de sistemas ambientais, incluindo os modelos hidrológicos e de qualidade de água;
  • Análises de tendências, ciclos de longo prazo e mudanças bruscas de comportamento no contexto de alterações do clima, mudanças uso do solo e uso dos recursos hídricos, dentre outros.

Essa grande aplicabilidade de métodos estatísticos em recursos hídricos decorre da natureza aleatória inerente a uma série de processos relacionados a sistemas hídricos, dentre eles os processos atmosféricos, processos de bacia, modificações de canais fluviais e da dinâmica própria dos sistemas antrópicos e bióticos que interagem com a água.

Segundo a Comissão Internacional de Hidrologia Estatística da Associação Internacional de Ciências Hidrológicas (ICSH / IAHS), existem hoje mais de 100 periódicos internacionais em estatística e mais de 40 periódicos que aceitam contribuições em hidrologia estatística. O número de softwares, scripts, pacotes computacionais disponibilizados em diversas linguagens de programação (R, Python, C++, Fortran, etc.), tanto comerciais, como softwares livres, vem aumentando de maneira exponencial ano a ano. Todo esse universo de ferramentas que vem sendo construído indica os grandes avanços que vem sendo feitos nesse campo do conhecimento e a necessidade de se instituir um fórum sobre o tema no âmbito da Associação Brasileiras de Recursos Hídricos.

Vale mencionar que o estágio atual de desenvolvimento da hidrologia estatística é bastante heterogêneo. Se, por um lado, são evidentes os avanços feitos nesse, incluindo nisso os desenvolvimentos e aplicações utilizando-se ferramentas de aprendizagem de máquina e ciência de dados (Machine learning e Big data), por outro lado, observa-se um grande déficit na análise e interpretação estatística, sobretudo na aplicação de testes de significância, análise de incertezas de modelos matemáticos, dentre outros gargalos.

Vale mencionar mais uma vez que a grande aleatoriedade dos eventos hidrológicos impõe a necessidade de uma consolidação de conceitos estatísticos básicos para que as pessoas possam participar de forma adequada em análise e decisões em situação de incerteza. Alcançando esse objetivo seria possível comunicar com o público especialista, tomadores de decisão e outras comunidades. Esse diálogo inclui, por exemplo, análise das incertezas de métodos matemáticos em hidrologia, a origem dessas incertezas, sua importância, como estimá-la e como incluí-la na tomada de decisão.

Dessa maneira, criar um espaço dentro da Associação Brasileira de Recursos Hídricos onde seja possível encontrar sínteses do grande volume de informações de recursos presentes na literatura acerca de métodos estatísticos e suas aplicações em Recursos Hídricos é de grande relevância. Tal espaço poderia contribuir para centralizar esses recursos o que seria de grande utilizada para:

  • Hidrólogos que precisem utilizar ferramentas estatísticas e encontrar recursos e abordagens apropriadas;
  • Estatísticos que desejam se aprofundar em aplicações estatísticas em ciências hidrológicas;
  • Hidrólogos estatísticos que desejem acessar com mais facilidade os recentes desenvolvimentos nesse campo da ciência;
  • Outros profissionais, estudantes, pesquisadores, tomadores de decisão, bem como o público em geral com interesse no tema, inclusive aqueles voltados à divulgação científica de pesquisas relacionadas à água.

Há de se mencionar ainda que os objetivos da comissão técnica proposta guardam relação e podem contribuir com comissões existentes no âmbito da ABRHidro. Por exemplo, a Comissão Técnica de Desastres, que tem como propósito o desenvolvimento de trabalhos e projetos em Desastres Naturais, com frequência faz uso de abordagens estatísticas para fins de modelagem e previsão, por exemplo, bem como a análise de tendências, considerando o número crescente de desastres naturais relacionados à água no Brasil. Da mesma forma, métodos estatísticos são frequentemente empregados em modelos de simulação, previsão voltados para a geração de energia hidrelétrica e segurança de barragens. Outras comissões relacionadas seriam as de Ensino e Jovem. Entendendo que a hidrologia estatística não é um fim em si mesma, mas sim uma ferramenta para alcance das finalidades elencadas ao início deste tópico, as potenciais relações com outras comissões da ABRHidro devem ser percebidas melhor a partir de uma interação e diálogo com essas outras Comissões, além de uma melhor interlocução com os demais membros da Associação.

A Comissão está sendo proposta por representantes de diversas regiões do país. Além disso já herda uma articulação entre as instituições no âmbito do grupo Água e Modelagem citado anteriormente. O grupo conta com representantes da região Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Nordeste, assim listados:
? CPRM / Sede (Marcus Suassuna Santos)
? Universidade Federal de Santa Catarina (Pedro Chaffe)
? Universidade de Brasília (Dirceu Silveira Reis Júnior e Carlos Henrique Ribeiro
Lima)
? Fundação Cearense de Água e Clima / Universidade Federal do Ceará
(Eduardo Sávio Martins)
? Universidade Federal de Minas Gerais (Veber Afonso Figueiredo Costa e
Wilson dos Santos Fernandes)
? Universidade de São Paulo (Eduardo Mario Mediondo)


Ao longo do funcionamento da Comissão, espera-se obter o envolvimento de mais pesquisadores, especialmente da região Norte do Brasil. O incentivo a participantes de outras regiões do Brasil será feito por meio de sessões especiais nos Simpósios Brasileiros de Recursos Hídricos, a iniciar pelo de Aracaju em 2023. Além disso, espera-se promover a participação de pesquisadores em todo o Brasil por meio de eventos relacionados a hidrologia estatística nos anos pares, bem como escolas de verão todos os anos. Espera-se ainda realizar reuniões abertas com periodicidade semestral entre membros da comissão. Nessas reuniões, será incentivada a participação de outras Comissões da ABRHidro, em especial, da CT Jovem.

 

 

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