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RBRH
Revista Brasileira de Recursos Hídricos
Brazilian Journal of Water Resources

ISSN 2318-0331

VOLUME. 8 - Nº. 4 - OUT/DEZ - 2003
ARTIGO
Urânio E 210Po em Água de Abastecimento Público da Região Metropolitana do Recife
Resumo:
A ICRP-60 (1990) enfatizou a necessidade de se efetuar controle sobre as exposições à radiação natural, apoiada no fato de que essas
exposições são responsáveis por cerca de 70% da dose total recebida pelo homem. No caso específico da Região Metropolitana do Recife, caracterizada por alta densidade demográfica e considerando a não existência de avaliações radiométricas nas águas de abastecimento público nesta região, o presente trabalho tem como objetivo determinar as concentrações de urânio e 210Po nos recursos hídricos confrontando-as com os limites estabelecidos
pela Portaria no 36/GM do Ministério da Saúde (1990). Essa Portaria estabeleceu valores de referências de 0,1 Bq/L para radioatividade alfa
total. Se os valores encontrados forem superiores ao citado, fica obrigatória a identificação dos radionuclídeos presentes e as medidas de suas respectivas concentrações. Nesses casos, deverão ser aplicados, para os radionuclídeos encontrados, limites estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, para se concluir sobre a potabilidade da água. Em condições normais de abastecimento de água para a Região Metropolitana do Recife, os recursos superficiais são responsáveis por mais da metade do fornecimento. Entretanto, devido às condições climáticas adversas, como por exemplo, longos períodos de estiagem, que geralmente ocorrem no Nordeste do Brasil, os poços tornam-se fontes importantes de suprimento de água. As condições geológicas da Região Metropolitana do Recife favorecem enormemente o acúmulo de água subterrânea, visto que a formação é de origem sedimentar e muito profunda. Os elevados números de poços de captação de água existentes evidenciam o grande potencial da região. Os recursos hídricos superficiais apresentaram concentrações de
urânio variando de 35,3 a 1146,5 mBq/L e os subterrâneos de 20,2 a 919,5 mBq/L. O conhecimento das concentrações de radionuclídeos em águas é importante, tendo em vista que essas aparecem como um dos principais meios de entrada de radionuclídeos no corpo humano. O 210Po, emissor de partículas alfa, descendente do urânio possuem alta radiotoxicidade química, tempo de meia-vida elevado (138,6 dias), encontra-se bastante difundido na água e tem preferência pelos tecidos moles (rim, baço e fígado); havendo por isto um interesse na determinação analítica desse radionuclídeo. Os recursos hídricos superficiais apresentaram concentrações de 210Po variando
de 22,0 a 57,4 mBq/L e os subterrâneos de 22,0 a 813,0 mBq/L. 
Palavras-chave: Urânio, abastecimento público. 

 

 

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